segunda-feira, março 10, 2014

Domingo em cheio

Hoje o dia começou cedo, a caminho da Lourinhã, para uma visita ao museu daquela vila. Depois das notícias da semana passada dando conta da "descoberta" de uma nova espécie de dinossauro naquela zona decidi arregaçar as mangas, procurar informação e juntar uma grupeta rumo ao museu.
As dificuldades não se fizeram esperar: a página do museu é um pavor, nem sequer consegui encontrar a barra de navegação do site, mas não me dei por vencida e lá consegui saber que o dito museu estaria aberto no domingo, que ficava no centro da vila e que, infelizmente, não havia qualquer tipo de caminhada organizada pelos locais onde foram descobertos os muitos fósseis que estão neste museu.
E foi assim que, pelas nove e meia nos metemos ao caminho: nós quatro mais quarto amigos do coração.
A viagem é curta ( cerca de 45 minutos que a malta não gosta de ir a abrir) e, chegados à porta do museu, tememos o pior: o ar era de um museu muito amador. Achei que ficaríamos ali meio perdidos e sem muito para ver. Mas desenganem-se. Vale mesmo a pena ir e fazer a visita guiada. Mais do que dinossauros aquele é também um museu etnográfico da zona oeste. Pequeno mas muito engraçado. Os miúdos adoraram. E quando chegou à parte dos dinossauros não sei dizer se os mais entusiasmados eram eles ou nós, os adultos. Não estejam à espera de ver bonecos mecanizados a rugir, a abrir a boca ou a abanar a cauda. Ali não há nada disso, que o dinheiro é pouco. Mas há fósseis absolutamente espectaculares e há a paixão na voz e na cara de quem nos explica tudo o que tem sido feito e descoberto naquele espaço.
A equipa residente do museu é muito pequena mas, a julgar pela amostra, é do melhor que se pode encontrar. Calhou-nos um antropólogo francês (não fixei o nome) que nos falou com tanta paixão e entusiasmo de tudo, que fiquei rendida.
E o que aprendi? Só em relação à suposta descoberta da semana passada posso adiantar que os fósseis daquele dinossauro já forma descobertos há mais de 10 anos, mas julgava-se que era uma espécie que também existe na América, o trovosaurus tanneri. A grande descoberta foi, depois de muita investigação e comparação dos fósseis deste com os que tinham sido encontrados na América, a de que, na verdade, os fósseis encontrados na Lourinhã são de uma outra sub espécie a que deram o nome de trovosaurus gurneyi. Este é, até à data, o maior carnívoro encontrado no continente europeu (uma vez que o famoso t-rex não só é de um período posterior, como viveu apenas no continente americano).
Outra coisa interessante que aprendemos foi que naquele museu há 6 espécies únicas de dinossauros encontrados na zona da Lourinhã.
Espero que já estejam convencidos a ir visitar este museu. Eu cá diverti-me muito e aprendi coisas que nunca tinha aprendido em nenhuma das exposições xpto a que já fui.
No fim os rapazes ainda tiveram direito a visitar o laboratório onde os especialistas tratam os vários fósseis que trazem do terreno. Foi uma excitação!

2 comentários:

Raquel disse...

Oh...q bonito post. Que orgulosa fiquei do meu concelho(onde vivi até me emancipar). O museu é, de factor, muito interessante. Tenho de levar lá as minhas princesas.

Raquel

http://margaridaflordaminhavida.blogspot.pt/

Helena Barreta disse...

Não conheço o museu, mas parece ser interessante e é bom saber que se é bem recebido.