sábado, setembro 15, 2012

Há sempre uns palhaços

que estragam tudo. Já cá faltavam os infiltras a fazer merda. Estes grupinhos que se metem no meio das pessoas só para estragar. Apetece-me tanto dizer asneiras, pá! Se apanhasse um deste c**** à minha frente dava-lhes com uma garrafa na cabeça.

O PRINCÍPIO DO FIM

A festa foi bonita. Não me lembro de ter visto tanta gente, tão diferente junta por um mesmo objectivo.
Alguns dos meus amigos perguntaram-me porque fui. Eu não sou contra a Troika. Acho mesmo que temos de pagar as nossas dívidas. Foi assim que a minha mãe me educou. A minha indignação vem do facto de achar que chegámos ao limite. Transferir o sacrifício dos trabalhadores directamente para os cofres das empresas parece-me uma medida errada. E acho que há muita, muita gente a achar o mesmo. Hoje, cheirou-me a fim de ciclo: espero que haja o bom senso de voltar atrás.






sexta-feira, setembro 14, 2012

Direito à Indignação

Foi há uma semana e ainda me sinto em transe. Choque, raiva, indignação, desrespeito. Raiva por mim e pelos outros, pelos que me rodeiam, pelos que, de alguma forma, dependem de mim.
Tenho 36 anos, trabalho a tempo inteiro e a fazer descontos para a SS e IRS desde os 22. Nunca fiz uma marosca fical, nunca recebi por fora, nunca deixei de pagar os meus impostos.
Há cerca de sete anos tive uma doença grave que me valeu uma incapacidade de 80 por cento. Como consequência dessa incapacidade, passei a ter algumas regalias fiscais e a ser isenta de taxas moderadoras.
Durante a minha doença, estive 25 dias de baixa médica. Tirei o estômago e o baço, fiz seis ciclos de quimioterapia e 30 sessões de radioterapias, mas não deixei de trabalhar. Entre tratamentos e vómitos lá me ia arrastando, com a ajuda da família, para não deixar de trabalhar, para não consumir o dinheiro que fazia falta a quem realmente dele precisava. Há cerca de um ano a minha médica do centro de saúde reformou-se e estou, até agora, sem médica. Eu, que tenho uma doença crónica. Eu que, como os médicos costumam dizer, sou um milagre com pernas. Apesar de fazer os meus descontos não tenho direito a algo tão básico como um médico de família. Há poucos dias soube que me tinha sido retirada a minha isenção. Assim, à má fila, sem aviso. Tal como aconteceu quando fiquei sem médico. Com a informatização do SNS soube, durante uma consulta de clínica geral paga (à Casa da Imprensa, associação para a qual desconto todos os meses de modo a atenuar as falhas do SNS) que teria de pagar as taxas moderadoras das análises que me foram prescritas. Este governo funciona assim: à má fila, às escodidas; vai tirando a torto e a direito sem avisar. E eu sinto-me INDIGNADA. E arrependo-me de não ter andado a roçar o rabo pelos hospitais e a meter baixa atrás de baixa. Porque o que este governo quer é promover a preguiça, o menor esforço, o chico-espertismo.
Há dois anos decidi criar a minha própria empresa, uma pequena empresa. Assumi o risco com uma sócia, saí da minha zona de conforto (expressão tão apreciada pelos nossos governantes) e arrisquei tudo numa empresa que corre agora o risco de definhar com as sucessivas políticas de cortes no rendimento das pessoas.
Eu, que sou uma pequena empresária que não faz descontos sobre o ordenado mínimo, que não tenho dívidas ao Estado, sinto-me INDIGNADA com as sucessivas políticas destes palhaços que teimam em destruir qualquer capacidade deste povo para consumir algo para além de batatas e pão. Estes senhores só podem viver numa bolha. Eles acham que é com os 50 euros que vou poupar da TSU da minha colaboradora que vou contratar alguém? Como? Se andam a asfixiar (e não lentamente) a capacidade de consumo das pessoas.
Hoje, mais do que nunca, sinto-me enganada. Fazer tudo como manda a lei, ser uma cidadã exemplar (do ponto de vista fiscal) só me tem causado dissabores.
E os outros, como se  sentirão? Os que ganham 485 euros, que misturam café no leite dos filhos, que é bebido apenas duas vezes por semana? Os que pouco mais têm para além da sopa de couves, porque o resto fica na prestação da casa, na bilha do gás, na electricidade, na água e em alguma, pouca, comida?
O que faz uma mãe que ganha 485 euros quando um filho adoece por desnutrição? Quando precisa de comprar medicamentos ou de ir ao dentista? Será que estes senhores percebem que 34 euros é uma fortuna para estas pessoas?
Onde vivem estes cabrões que se passeiam de BMW pelas ruas da cidade? Será que vão ao café do bairro? Será que vão ao minipreço? Ou ao Pingo Doce? Onde é que eles vão as compras? Onde é que estudam os seus filhos? Com que lata nos mentem dia após dia?
Com que desplante vão à televisão dizer quase nada e tratar-nos como se fossemos atrasados mentais?
Já não me lembro da última manifestação onde participei. Provavelmente foi durante a faculdade. vou sempre amochando, à bom português. Porque não há alternativas, porque o momento não é bom, porque os sacrifícios são necessários para sairmos deste buraco, porque há sempre quem viva abaixo de nós, muito abaixo.
Mas tirar do bolso de milhões de trabalhadores para o transferir quase na totalidade para o bolso dos grandes patrões ficando depois à espera que o depenado do cidadão vá pressionar os senhores grandes patrões a descerem preços.... meus senhores, vão para a real puta que vos pariu. Estou mesmo a ver a Galp descer o preços dos combustíveis, a PT a dar chamadas grátis e a Sonae a descer os preços do cabaz básico. é que estou mesmo a ver o filme. Estou mesmo a vê-los a esfregar as mãos de contentamento na hora da distribuição de dividendos.
É por tudo isto, e muito mais, é por toda esta INDIGNAÇÃO que se abate sobre mim, que não posso deixar de estar presente na manisfestação do próximo sábado.
Quero lá saber da Troika, quero lá saber se o Seguro é capaz ou incapaz, estou-me a cagar para o patriotismo do Paulo Portas. O que eu quero é gritar à boca cheia que estou farta deles, destes pulhas que hipotecam o meu futuro, o do meus filho, o da minha mãe, o de todos os que me rodeiam.
E tenho a certeza que daqui a um ano estará tudo na mesma. O país continuará atolado no lodo e a única coisa que estará diferente e o nosso cinto; três furos mais apertado.

terça-feira, setembro 11, 2012

É oficial...

Sou fã do Zé Gomes Ferreira!

segunda-feira, setembro 10, 2012

Sem ânimo

Considero-me uma optimista.A sério. Mas desta vez não sei se consigo. Quando começamos a fazer contas e a ver o que nos vai acontecer, quando percebemos as decisões que vamos ter de tomar, as mudanças que vão ter de acontecer, dá-nos vontade de sair desta merda de país, governado por políticos de merda, que nos mentem com quantos dentes têm na boca... se há coisa que me deixa doente é que me tratem como se eu fosse atrasada. E foi isso que o Passos Coelho fez na sexta-feira, quando deu uma cenoura aos funcionários públicos para, no segundo seguinte, lhes tirar cenoura e meia; quando nos mentiu falando de 7% que, na verdade, são mais, muito mais.
Temo pelo que ainda aí vem... e estou desanimada.