terça-feira, fevereiro 25, 2014

A morte e as praxes

Resisti a escrever aqui sobre a tragédia do Meco. Não porque não tenha uma opinião, não porque não me tenha marcado, mas porque orquestra tenho visto e ouvido me tem deixado a pensar. A pensar no que as pessoas fazem quando estão inseridas num grupo; a pensar no tipo de jornalismo que muito boa gente faz; a pensar nesta nossa tendência de encontrar sempre um culpado. É sempre tão fácil.
Nada trará aqueles seis de volta e aos pais o que resta, para poderem chorar os seus mortos com tranquilidade, é saber exactamente o que se passou. Mas, a meu vê, não há aqui inocentes. Para mim eles foram todos uns imbecis, uns parvalhões que arriscaram a vida por uma coisa tão estúpida e tão sem sentido como são as praxes; uns parvalhões que, apesar de adultos, não souberam medir as consequências dos seus actos.
Se tenho pena, caraças, claro que sim; se lamento? Mas lá seria possível não lamentar uma tragédia destas? Mas, posto isto, para mim são todos culpados, os seis que morreram e o dux. E apesar de não saber o que se passou, não me parece que ele seja mais culpado do que os outros. Ah e tal e ele está vivo. Pois, é verdade, ele está vivo. Mas agora vamos castigá-lo porque não morreu? É evidente que ele tem de falar e explicar exactamente o que se passou, mas nenhum daqueles seis estava lá obrigado.
Para mim há uma diferença descomunal entre o caloiro que é praxado à entrada da faculdade e aqueles seis, que decidiram dizer sim e fazer parte de uma comissão de praxes. Eles estavam ali, sabiam das praxes estúpidas que eles próprios organizavam para os outros e mesmo assim decidiram dizer sim. E isto não me sai da cabeça. Esta coisa estúpida e irracional da malta se juntar para fazer as coisas mais estúpidas.
Tenho alguma dificuldade em perceber este tipo de agremiações: praxes, claques... As pessoas passam-se da marmita quando estão em grupo. 
Assusta-me pensar que tenho dois filhos que podem vir a achar graça a estas merdas. Tenho muito poucas certezas na vida. Aliás, tenho cada vez menos, mas uma coisa deixo aqui escrita, não sairá dinheiro do meu bolso para um traje académico. A sério. 
Voltando ao Meco, aqueles pais, o sofrimento estampado nos seus rostos... Aquilo deixa qualquer um vazio. Mas eu não tenho assim tantas certezas de que quem sobreviveu deva ser condenado.
Há muita coisa por explicar, até por parte da universidade (e aqui não tenho tantas certezas quanto à sua inocência), mas acho que o dux, se for uma pessoa normal, já tem o seu castigo: viver com aquele momento na sua memória.
E já sei que vou ser trucidada por algumas pessoas, mas é mesmo o que penso.

Ainda o cansaço

Algo vai mal quando uma pessoa (eu) se esquece do Pin do seu telemóvel e acaba com ele bloqueado...

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Voragem

Há dias em que me sinto engolida pela rotina dos dias, pelo cansaço.
Hoje foi um desses dias.

Sete!? A sério?

O Inverno nunca mais acaba; a crise está aí para durar... Mas tudo fica mais bonito quando o meu clube está em primeiro lugar do campeonato, sete pontos à frente do FCP. Ainda nem acredito.
Lindo!

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Parece-me uma evidência

A Alice está a ficar doente. Andou rabugenta todo o dia, vomitou o leite do lanche e não quis jantar. Oi? Como? Pois, a minha máquina de triturar comida não quis comer??? Não me espera coisa boa, de certeza.

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Este país entristece-me

A sério, há dias em que me apetece emigrar. Sair daqui, ir para longe. Este país entristece-me. Porque quem nos governa na presta mas, sobretudo, porque muitas vezes me parece que temos um governo à medida das pessoas que somos. Esta pequenez que afecta muitos de nós, esta inveja, este falar mal só por falar, este criticar para depois não fazer nada... há dias em que me enoja.
A carta que o João Tordo escreveu ao pai no seu blogue é muito bonita e demonstra isto que eu sinto. Estas pessoas que tratam mal, enxovalham, agridem, insultam... devem ser as mesmas que depois estão sempre à espera de não pagar o IVA, de receber "por fora", de fazer biscates mas continuar a receber o subsídio...
Há dias em que este país me entristece.

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Educar, a quanto obrigas

A educação de um filho não é pêra doce. Há fases em que parece que não sabemos fazer outra coisa que não seja ralhar, castigar... Às vezes canso-me de mim própria, de estar sempre a repetir as mesmas coisas, vezes sem fim... Mas não posso baixar a guarda nem dar o flanco. O Henrique é tão rato que, se baixo a guarda, estou tramada.

Tcharam!


Ainda o aniversário

No sábado, como é de costume por estas bandas, houve lanche de aniversário com alguns amigos.
Faltaram os amigos Costa e Baldaia porque andam pelo calor do Brasil a curtir que nem doidos (pelo menos assim o espero. Se é para faltar à minha festa tem de ser por um excelente motivo), os Garcia Martins Pereira (em Cabo Verde) e os cocós que estavam na India (é mesmo assim. Quem vai para a Índia é cocó!). Mas a festa não se fez de ausências e sim de presenças. Foi calma mas divertida. Deu para conversar, rir... Foi uma tarde bem passada e muito bem regada.
Ainda tive tempo para abrir umas prendinhas (bem catitas por sinal).
Bem vistas as coisas os aniversários rendem!
Ela foi massagem, óculos de sol, bilhetes para o teatro, mala, camisola, túnica, guarda-jóias, maquilhagem, cremes para o corpo, colar... E, last but not least, uma peça da Bela Silva para a Vista Alegre: uma fabulosa rolha que é uma cabeça de Coelho. Maravilhosa. Vou procurar j a i agem para mostrar.

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Festejar o aniversário

Sempre gostei de festejar o meu aniversário. Não tenho grande memória da minha infância mas diz a minha mãe que sempre gostei do "parabéns a você". Durante a minha adolescência e início da vida adulta, fazer anos era sinónimo de sair à noite sem ter de me chatear com o meu pai. E essas saídas sem dramas eram tão raras que este era mais um momento perfeito para isso.
Foi mais ou menos por esta altura há 9 anos (eu tinha acabado de fazer 29) que soube que estava doente e, pela primeira vez, senti que podia não voltar a fazer anos. Durante meses vivi numa incerteza tão grande que, superada a crise, eu só conseguia pensar em como era bom estar viva. Foi por esse motivo que, há 8 anos, aquando dos meus 30, fiz uma festa de arromba. Quis chamar para bem junto de mim todos os que me tinham mimado, e ajudado a superar. Desde aí que não concebo o meu aniversário sem festa. Ontem aproveitei que o marido estava em viagem para jantar com 4 amigas. Fui a um dos meus restaurantes de eleição, o Umai, e passámos uma noite muito muito divertida. Fomos tratadas como umas princesas pelo meu querido Paulo Morais que nos serviu muitíssimo bem. Tudo óptimo e peixe da melhor qualidade. Quatro minutos antes da meia-noite ainda houve tempo para o meu marido aparecer no restaurante directamente vindo de Israel. Foi uma surpresa muito agradável.adorei vê-lo. Foi um belo momento.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

38!

Já cá cantam. 

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Encantamento- parte II

Na sexta-feira foi dia de pediatra. Tão pequenina e a minha Alice já sabe o que é ser gaja e ter de se confrontar com a balança... Acontece todos os meses. Dispo-a e ela lá vai, toda contente para a ditadura dos números. 
Pela felicidade com que come e pelos refegos que apresenta em várias partes do seu corpo, imaginei que não estivesse propriamente magra. Na verdade a minha bomboca parece um pequeno buda, mas eu gosto dela assim, cheia de curvinhas para beijar. Lá virá o tempo em que lhe vou esconder o prato da massa e dar-lhe um com alface.
Os resultados foram os seguintes: 8 meses e uma semana, 10,370kg e 72 cm...
Um mulherão ( que nasceu às 35 semanas... Quem diria).

Fim-de-semana superado

Ja passa da uma da manhã. E eu, apesar de podre de sono, mantenho-me acordada a custo à espera que o meu irmão chegue a Marco de Canaveses e me ligue a dizer que está tudo bem, que chegou são e salvo.
Falta-me apenas isto para dar por terminando o meu fim-de-semana que começou um bocadinho mais cedo do que seria de esperar porque tive uma das minhas cenas na sexta à hora do almoço; uma dor tão forte que a minha querida sócia teve de me vir trazer a casa. 
No sábado, depois do gajo embarcar rumo a Israel peguei nas crianças e fui ao mercado comprar peixe fresco. Ainda dei  um pulinho à Bimba & Lola para levantar a minha mala preta que estava a arranjar e aproveitei para comprar a prenda da minha amiga D. Voltámos para casa, fiz o almoço, tratei da criançada, pus a mais nova a dormir e andei por aqui a tentar descansar mas, na verdade a fazer de dona de casa e a tentar adiantar trabalho para hoje, já que ia receber amigos para ver o derby. Dei banho e jantar à Alice e meti-os aos dois em casa da minha mãe.
Depois fui para o jantar de aniversario da D de onde saí direitinha para a minha cama. Hoje, depois de arrumar umas coisas em casa, fui a casa da minha mãe almoçar e buscar as crias. Antes passei pelo Pingo Doce para umas compras. Hoje depois do almoço voltei para casa carregando as crias e as compras, sacos com a roupa de terem dormido em casa da avó, mais umas coisicas que a avó mandou. Parecia uma burra de carga...
Depois entrámos oficialmente em preparação para o derby. Íamos receber em casa os nossos amigos Beijocas (5), mais o Manel, filho da minha amiga Dulce. Casa cheia, portanto. Mas não houve jogo, ohhhh e tivemos de nos lançar à comida e à bebida (belos vinhos que os meus amigos levaram... tratam-me sempre tão bem).
A Alice estava super excitada de tanta atenção. As manas Beijoca trataram-na como se fosse um nenuco. Ela ficou tão feliz e excitada que acordou umas dez vezes durante a noite (pobre da minha mãe que foi quem dormiu no quarto dela esta noite).
Hoje pareço um zombie... Deitei-me para lá de tarde (tão tarde que já não acabei de escrever este post durante a noite. Esperei pelo telefonema do meu irmão e adormeci de seguida), os próximos dias vão ser intensos sem o gajo por cá. E eu, bem, eu tenho de me preparar física e psicologicamente para os meus 38 anos que são já na quarta-feira... 

domingo, fevereiro 09, 2014

A casa só para mim?

São nove e meia da manhã de domingo e eu estou sozinha em casa, na cama, depois de uma bela noite de sono, depois de um fantástico jantar em casa de uma amiga. E que bem que me sinto. O meu gajo viajou ontem para Israel e só volta quarta-feira (dia do meu aniversário); a minha mãe foi uma querida e ficou com os meus filhos esta noite e eu estou aqui a olhar para a janela e a ver chover. A comer bolachas na cama e a pensar que tenho de me levantar. 
Há oito meses que precisava de uma manhã destas.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Encantamento

Alice a crescer
Já lá vão oito meses e eu não me canso de olhar para ela, de a ver sorrir, de a cheirar e apertar. Às vezes pergunto-me como foi possível achar que não iria gostar dela como gosto do irmão.

Odeio

O mau tempo. Já tinha dito? Pois, odeio mesmo, detesto está coisa de me sentir gelada até aos ossos e com chuva então, ainda pior.
Por favor, São Pedro, sê um gajo porreiro e ajuda-me que eu já estou quar em depressão.

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Respirar de alívio

eu dizia que não, que não andava preocupada, que tinha a certeza que estava tudo bem. Que dormia descansada e tudo e tudo, mas a verdade verdadinha é que me tiraram um peso de cima dos ombros.
Na minha última revisão tinha o valor de um marcador tumoral alterado. Ainda estava dentro dos valores normais, mas estava no limite superior. O meu médico disse para não me assustar, que era normal porque tinha passado por uma gravidez; que tinha os restantes exames que me diziam que estava tudo bem... mas, pelo sim pelo não mandou-me repetir a análise no dia 6 de Janeiro.
E lá fui. Deveria ligar duas semanas depois para saber o resultado, mas fui adiando. Não sei bem porquê (ou talvez saiba), fui deixando para amanhã, e para depois de amanhã....e só que chega a um dia em que não dá mais para adiar. Seja qual for o resultado tem de se encarar a coisa. E hoje lá liguei. E aqueles minutos de espera, em que oiço o médico teclar mas em que nenhum de nós diz uma palavra, pareceram-me horas...
Afinal está tudo bem, os valores voltaram a descer. Não há bicho mau aqui para estas bandas (a não ser o meu mau feitio).

Eu e o futebol

Não, a conversa não vai ser sobre o meu Benfica e sobre o facto de nos conseguirmos manter no primeiro lugar do campeonato... 
A conversa vai ser sobre como o futebol destrói os meus fins-de-semana e sobre como eu estou a pagar pela minha língua e a fazer tudo o que disse ser impossível fazer.
Depois de termos ido em peregrinação até à Quinta do Conde no sábado passado, eis que esta semana o Henriwur trouxe não uma, mas duas convocatórias. E perguntam vocês, "mas ele é assim tão bom?" Eu respondo: não, não é assim tão bom, mas decidiu ser guarda-redes e como não é uma nódoa e eles são apenas dois guarda-redes na turma... Passou a ter muitas convocatórias. Se ao menos estivesse calor... Logo eu que detesto este tipo de convívio... A sério? Acho que sou a única mãe que fica verdadeiramente feliz quando ele não traz convocatórias.
Cheira-me que vais trocar de modalidade na próxima época.