terça-feira, junho 30, 2009

morte de um mito

Morreu a Pina Bausch. E, apesar de não ter gostado das últimas coisas que vi dela, não posso deixar de sentir um aperto no coração por tudo o que ela fez e representou. Estou triste. Mais uma vida ceifada pelo cancro.

Falando de coisas sérias

estou para a minha vida com o que acabei de descobrir com a tradução que estou a fazer. Os arrotos e os peidos de uma vaca libertam mais gases de efeito de estufa que um carro todo o terreno. Impressionante, não é?

domingo, junho 28, 2009

Voltou...

Está lindo, moreno, mas está impossível. Parece que meteu os dedos na tomada... não pára, não sabe o que há-de fazer, se ri, se chora, se faz birra ou se se porta bem... não está fácil.

quinta-feira, junho 25, 2009

Lindamente, não foi?

Depois de uma demonstração do que poderiam ser 12 dias de histeria completa, em que eu poderia escrever várias vezes ao dia sobre as horas que faltavam para o meu filho regressar, ou das muitas saudades que sentia, eu inverti a tendência e portei-me lindamente. Estive mesmo bem. Nada de lamechices, nada de choramingar, nada de dizer que nunca mais o deixaria ir para longe (este assunto ainda não está resolvido). Decidi-me por aproveitar, da melhor forma possível, 12 dias de liberdade de horários. Muitos jantares, algum cinema, muitas idas à esplanada ao fim da tarde sem estar constantemente a olhar para o relógio.
Mas hoje, véspera de o voltar a ter no meu colo, não posso continuar a mentir. Estou cheia de saudades. Apetece-me brincar com ele, ouvi-lo correr pela casa, sentar-me ao seu lado no sofá para ver a Vila Moleza... Não sei se volto a deixar o Atlântico meter-se entre nós

terça-feira, junho 23, 2009

Reeducar o bicho

Já fiz a revisão! Não a dos 70 mil quilómetros, mas a dos 4 anos. E passei. Análises, ecografia, conversa com o médico e ... está tudo bem. Agora entro numa nova fase: a da preparação para os cinco anos. Da próxima vez que for ao hospital (em Dezembro) será para uma conversa com o médico e para marcar uma bateria de exames para Março de 2010, altura em que ultrapassarei a mítica barreira dos cinco anos. E iniciei também uma nova etapa da minha compreensão e vivência das minhas limitações. Ultimamente tenho tido algumas queixas. Andei até preocupada, com medo de ter algum problema. Mas, ao que parece, o meu problema é comer demasiado. Nunca pensei poder voltar a dizer isto, mas a verdade verdadinha é que como como muito e não o posso fazer. Porque as consequências são desagradáveis. Reeducação alimentar, é o próximo passo. Não deixa de ter graça eu que depois da operação, há quatro anos, não conseguia comer mais de três colheres de cerelac, agora como demais:)
Podia ser pior, podia ser pior

quarta-feira, junho 17, 2009

Entrevista, qual entrevista?

Eu não sou grande adepta da entrevistas agressivas ou, como alguns gostam de chamar, entrevistas duras. A sério que não gosto. Mas tenho alguma dificuldade em classificar o género jornalístico do programa que acabei de ver na Sic com o primeiro-ministro. Foi tão mole tão mole que parecia um gelado derretido. Entrevista? Não me parece. Eu, pelo menos quase não ouvi perguntas e, das poucas vezes que as ouvi, eram antecedidas pela expressão "Deixe-me fazer-lhe uma pergunta", como se ela necessitasse do aval do entrevistado de cada vez que abria a boca.
Quanto mais penso no que vi, mais me lembro do saudoso programa também exibido na Sic, "Na Cama Com". Ana Lourenço, bem ao estilo da Alexandra Lecastre, foi lançando temas, com voz lânguida e olhar sensual e ficou, quase sempre, em silêncio a deixar o seu convidado a falar.
Oiço muita gente que está na tv a falar do estilo diferente da jornalista e do modo como este estilo acabou por ser uma espécie de "armadilha" para José Socrates. Hello? Está alguém no Planeta Terra? A Ana Lourenço não armadilhou coisíssima nenhuma. O que eu vi foi um José que está decidido a mudar de cassete e que, muito inteligentemente, decidiu escolher a jornalista mais queridinha e mais suavezinha para fazer passar o seu tempo de antena. "Deixe-me que lhe explique"? "Parte-se-me o Coração"? Como se a moça fosse estúpida e não conseguisse perceber o que ele diz. Poupem-me...

terça-feira, junho 16, 2009

Um ser maior (Ana Catarina Santos)

Eu já desconfiava que a Ana Catarina Santos era uma pessoa especial. Muito mais que a exuberante alegria que contagia todos os que a rodeiam. Nunca fui sua colega de trabalho, apesar de também ter sido jornalista. Mas do que vou ouvindo na TSF sempre a achei muito competente. Mas hoje veio a confirmação de que ela é muito mais do que isso: é uma grande jornalista e uma grande mulher que me deixou de lágrimas nos olhos.
Aqui fica a reportagem que fez e que venceu o Prémio AMI - jornalismo contra a indiferença, "Os Filhos da Solidão"
Parabéns Ana.
Obrigada

Ausência

O dia 9 é um dia malfadado. É o dia em que partiste. Este ano, que é o primeiro sem ti, pai, é também contabilizado pela tua ausência nas comemorações da família. Em Novembro faltaste ao 3º aniversário do Tiago, e ao 36º do teu filho e do Filipe. Em Dezembro não estiveste no Natal. Não me mandaste um beijo no ano novo. Falhaste os meus anos em Fevereiro. Tiveste a coragem de não comemorar os teus em Março. E agora foram os anos do Henrique... fazes-me falta.

segunda-feira, junho 15, 2009

Esta sou eu? Como é possível?

Pois bem, a verdade é esta. Eu sou uma liberal, vou de férias sem o meu filho, deixo-o ficar a dormir em casa das avós e tudo e tudo mas agora, que foi ele quem viajou, o caso está a mudar de figura.
Eu que sou o tipo de mãe para quem as outras mães olham de lado, porque vou muitas vezes para fora sem o Henrique, estou à beira de um ataque de nervos com as suas primeiras férias fora.
Explico-me: o meu filho foi ontem à noite para o Porto Santo com a minha mãe e o meu stress começou logo a caminho do aeroporto. Ele, que sentiu a minha inquietação disse-me "Mãe eu não quero ir para o Porto Santo, fico contigo". E, apesar de me apetecer dizer-lhe sim, sim a tua avó que vá sozinha que já é crescida, enchi-me de coragem e expliquei-lhe todas as vantagens de 12 dias de praia e convenci-o também de que alguém teria de tomar conta da avó agora que o avô tinha morrido.
Depois do chek-in já estava com palpitações e no momento em que ele passou o rx apeteceu-me ir lá resgatá-lo e dizer "Mãe, ele é um pestinha e estou farta dele, mas tu és crescidinha podes ir de férias sozinha e, mesmo peste, prefiro tê-lo ao meu lado, ok? Desculpa lá mas não vai dar." Mas não disse, deixei-o ir. E aí começou o tormento da viagem: era a primeira vez que ele ia andar de avião sem mim... e comecei a olhar para o relógio de 5 em 5 minutos.
Ok, chegou bem, dormiu bem. Está tudo bem, relaxa Inês, respia fundo ele está óptimo.
Expliquem-me então porque é que já lhe liguei 3 vezes esta manhã?

sábado, junho 13, 2009

Não havia eu de gostar de futebol

Foi num dia 12 de Junho, há nove anos atrás, que comecei a namorar com o meu marido. A coisa já andava no ar há algum tempo, mas foi preciso um jogo da selecção para que dessemos largas à nossa alegria. O Filipe bem diz que não sabe o que teria acontecido se não fosse o Figo virar o resultado do Portugal-Inglaterra! Estivémos quase a desisitir, mas não o fizemos. Ficámos ali, numa tasca de Câmara de Lobos, a comer gata e a beber cerveja... e o resto está à vista.
Num outro dia 12 de Junho, há cinco anos atrás, nascia o nosso filho. E eu estava louca furiosa porque queria ver o jogo de abertura de Euro 2004. A minha médica passou o parto inteiro a dizer: "vamos lá despachar isto que se ela não vê o jogo ninguém a atura".
E foi num outro 12 de Junho, há precisamente três anos, que nos casámos. Numa cerimónia muito bonita, em casa de uns amigos, no nosso cenário preferido. E a lua-de-mel passada em Itália teve sempre como pano de fundo os jogos da nossa selecção.
Deve ser por isto que o meu filho tem 10 pares de calças rasgadas nos joelhos....

terça-feira, junho 09, 2009

Quando for grande quero ser funcionária da Câmara de Lisboa

A modos que é assim: aos 33 anos descobri o que realmente quero fazer: quero ser funcionária da Câmara Municipal de Lisboa, daquelas que recebem mails dos pais a solicitar autorização para uma festinha no Parque Infantil do Parque Eduardo VII e que demoram mais de 10 dias a responder. Daquelas que saem supostamente para uma coisa chamada "serviço externo" e que desligam o telemóvel durante o mesmo. Daquelas que, três dias antes da festa (sendo que o resto dos dias que faltam são feriados) ainda não responderam a dizer se dão ou não a porcaria da autorização. O mais caricato é que aquele é um parque público, caraças. Porque razão me falam como se estivéssemos a pedir autorização para uma festa nos jardins do Palácio de Belém? Na sexta-ta feira passada ligaram-me para saber quantos meninos e quantos adultos estariam na festa - informação para acrescentar ao processo- (processo? é preciso um processo?). Quando respondi acrescentei que a festa seria no dia 13, e que esta era uma semana cheia de feriados e que que não podia deixar 10 crianças e respectivos pais pendurados... e coisa e tal."Pois, mas nós estamos com imenso trabalho e não sou eu que dou as autorizações. Ligue-me mais tarde, ou na segunda-feira"
E eu, que sou bem mandada, assim fiz. Mas estão todos em serviço externo. Whatever that means. Desde ontem que não há ninguém, para além da telefonista, que me atenda o telefone. Não há responsável que me diga sim ou sopas. E nem me posso queixar de quem me atendeu o telefone. Pessoas simpáticas e eficientes, mas que não podem decidir nada.
Está acabadinho, passamos todos para o Museu da Marioneta. Fico 110 euros mais pobre, mas pelo menos tenho onde fazer a festa.
E por favor, amigas, não me convidem para festas no Parque, que eu estou capaz de matar alguém. Ou então, arranjem-me um trabalho na Câmara, com muitos serviços externos.


p.s. aposto que agora que já telefonei para o museu a confirmar, vou receber um telefonema do parque...

sábado, junho 06, 2009

Indispensável

Não consigo recordar-me de onde surgiu a nossa amizade, nem a ideia de nos juntarmos com mais ou menos regularidade para os nossos jantares de gajas. Mas a verdade é que cá estamos, dez anos depois, com percursos de vida e amorosos bastante diferentes, mas nós, as gajas, continuamos esta nossa, nem sempre muito fácil, relação de amor e cumplicidade.
Quando casei, já de puto nos braços, foi um momento extraordinário na minha vida. Foi uma festa que nunca esquecerei, simples, informal, muito divertida, muito sentida, muito restrita. Foram muitos os amigos que ficaram de fora, por várias razões mas principalmente porque decidimos convidar apenas as pessoas que nõ poderiam faltar naquela festa, as pessoas cuja ausência faria com que aquela festa fosse menos completa. E lá estiveram as minhas gajas e eu adorei tê-las ali. Mas nunca me passou pela cabeça não partilhar aquele mesmo momento quando chegasse a vez delas. E isso aconteceu já duas vezes. Por razões muito lógicas e que eu respeito. Não é isso que muda o meu amor por elas. Mas entristece-me saber que não fui indispensável no momento delas.

terça-feira, junho 02, 2009

Copo meio vazio ou meio cheio?

O Ministério da Educação está muito contente porque um em cada quatro alunos do ensino básico foi sujeito a um plano de recuperação e, desses, 74 por cento transitaram de ano. É apenas uma forma de ver as coisas. Onde eles vêem o copo meio cheio eu vejo meio vazio. A minha pergunta é, como é que 25% das crianças do ensino primário têm tamanhas dificuldades de aprendizagem? Como mãe de uma criança de quase 5 anos fico preocupada. Pode ser que tenha má memória mas não me recordo de as coisas serem tão complicadas na minha altura. E eu andava numa das chamadas "escolas problemátias", cheias de crianças de bairros de lata, com pais sem escolaridade, miúdos que iam para a escola sem comer, que apanhavam dos pais, que faltavam imenso porque tinham de ficar a tomar conta dos irmãos bebés quando estes ficavam doentes (porque os pais não podiam faltar ao trabalho). A coisa era tão rara que me lembro perfeitamente da Filipa, uma coleguinha que não conseguiu passar para a quarta classe com o resto da turma apesar dos esforços da professora nesse sentido.
Devo andar muito distanciada da realidade das escolas deste país....

segunda-feira, junho 01, 2009

Caramba, isto é fado

Tinha-a ouvido há um ano, por altura do lançamento de um livro da editora onde trabalho. E, já na altura, fiquei presa à sua voz. Bem sei que toda a gente fala dela e, até certo ponto, isso pode causar alguma aversão à miúda. Mas, verdade verdadinha... isto é memso muito bom