quarta-feira, outubro 28, 2009

cromice do dia

É quando chego a casa e ele vem mostrar-me o caderno onde temos andado a fazer as tabuadas de somar e as vogais. Vem de peito cheio e olhar confiante... teme-se o pior. "Mãe, estive a escrever o nome dos jogadores do Benfica". E lá estavam: Nuno Gomes, Di Maria, Oscar Cardozo, Quim e Moreira... cromice

Eu sabia que me ia arrepender...

mas, mesmo assim, decidi ver o episódio da Anatomia de Grey de ontem à noite. Foi bom, muito bom, mas deitei-me quase à meia-noite e a tosse do Henrique não nos poupou. Começou antes das quatro da manhã para não mais abrandar...

terça-feira, outubro 27, 2009

voltei...

só para registar uma pequena alegria do meu dia. O empate do Sporting deixou-o a dez pontos de quem? Do grande líder BENFICA. Acho que vou ali ouvir o Senhor dr. Rui Santos falar um bocadinho de futebolez... talvez volte a acreditar em Deus, tal é o trabalho do seu filho aqui na Terra.

E ainda nem cheguei a meio da semana

e já estou de rastos, confesso.
Comecei a minha semana de trabalho com praticamente duas directas em cima. O Henrique, que parecia estar a resistir lindamente às mudanças de temperatura, começou a tossir no sábado à tarde para não mais parar. Chamámos um médico a casa na madrugada de sábado mas, mesmo medicado, voltou a não dormir na noite de domingo. Ele e todos cá em casa. Com a agravante do pai, como anda de braço ao peito, não poder ajudar a pegar no pimpolho ao colo.
Eu, que já andava estoirada com o volume de trabalho, fiquei nas lonas. Comecei a segunda com cara de sexta... resultado, a coisa não correu bem, no escritório. Gritei, esbracejei, refilei... porque estava cansada, é verdade, mas porque também é preciso. De vez em quando é preciso que saibam que não somos feitos de gelatina. Não me levem a mal, gosto muito de gelatina, mas no prato.
O dia de segunda acabou com uma ida ao consultório da pediatra, onde deixei mais 80 euros e de onde saí com um novo saco de medicamentos. Tirando a laringite e a crise de tosse (que é assustadora, acreditem).
Mas as coisas vão melhorar, acredito. A empregada nova já começou e deixou boa impressão em todos cá em casa, a minha mãe continua a ajudar de forma preciosa e eu consegui dormir seis horas na noite passada. Não as oito de que tanto preciso, mas seis já não é mau.
Só a parte do trabalho é que não há maneira de abrandar... acho que o melhor é levar qualquer coisa de alfazema para queimar no escritório, antes que parta a cara a alguém...
mas, antes disso, vou rezar para que o pequeno pirata passe uma boa noite... ele e eu. E, já agora, tentar não adormecer antes do episódio da anatomia de grey que está quase a começar e que é uma das alegrias da minha vidinha. E, se não for pedir muito, queria mesmo chegar inteira a sexta-feira

domingo, outubro 25, 2009

A minha mãe é a melhor do mundo

A minha mãe é mesmo a melhor do mundo. Ajuda-me que se farta. Vem todos os dias cá a casa fazer o almoço do genro que está empanado, vai buscar o neto à escola, faz-me jantarinhos maravilhosos, cuida da minha roupa, diz-me para ir ao cinema que fica a tomar conta do neto... e, apesar de eu ser bruta que nem uma porta e, por vezes, ralhar com ela, ela engole em seco, não me dá uma resposta torta e, no dia seguinte, volta-me perguntar se preciso de ajuda.
Obrigada querida mãe.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Operação empregada concluída

Chama-se Cecília e começa a trabalhar aqui em casa na última semana e Outubro.
Conquistou o Henrique durante a entrevista. Ainda a procissão ía no adro e ele já estava no colo dela a dar-lhe beijinhos e a dizer que podíamos ficar com ela. Vai ser muito difícil substituir a Chica. Foram três anos. É uma familiar que o meu filho perde. Mas espero que vá ficar em boas mãos... A ver vamos

terça-feira, outubro 13, 2009

Reforço

Se dúvidas houvesse, hoje dissiparam-se. Fiquei com a certeza que confio plenamente no meu marido.
Mas também percebi que confio cada vez menos nas pessoas, principalmente nas que conheço.
O mundo é mesmo um lugar estranho.

domingo, outubro 11, 2009

Como é possível?

Que tendo eu 33 anos e ele 5, consiga tirar-me do sério ao ponto de lhe pregar uma valente palmada no rabo? Como é possível que ele me olhe com os olhinhos cheios de água e me diga que eu gosto de lhe dar palmadas e que isso me deixe de rastos?
E como é possível que, minutos depois me peça desculpas, me dê um beijo e um abraço apertado, me diga que eu não o devia ter puxado pelo pescoço (agarrei-o para lhe lavar os dentes) e, mesmo assim, eu me sinta um traste?

sexta-feira, outubro 09, 2009

Obrigada, senhor Obama

Custou-me muito, mas sobrevivi a este dia. Em parte graças ao senhor Obama. Thank you Mr President. Sim, o senhor Obama é meu autor e, por esse motivo, começaram a chover telefonemas a partir das 9h30 da manhã. Não foram telefonemas de parabéns mas sim de "que material vamos fazer para o ponto de venda e de que modo coordenamos a produção?". E soube-me muito bem não passar a viagem de comboio a pensar no meu destino, na tristeza que há dentro de mim. Ela continuou cá, mas adormecida. Porque, vá-se lá saber porquê, eu sou daquelas que vibra com o trabalho (às vezes, muitas, também esperneio e rabujo), que gosto de fazer bem, que me interesso por fazer melhor e, verdade verdadinha, apesar de todas as merdas que se dizem hoje, que ele não merecia, que não fez nada pela paz no mundo, que pela primeira vez o prémio é atribuído a alguém de quem se espera muito mas que ainda não fez nada, fico muito agradecida aos senhores que deliberaram, que a escolha tenha recaído sobre o senhor Obama. Eu já gostava muito dele. Talvez porque deixei de acreditar em Deus e me centro mais nos Homens, gosto deste homem que tem, com toda a certeza, muitos defeitos, mas que transporta em sim a chama da esperança que há muito eu não via. Estou-me a borrifar para as considerações acerca do poder e do domínio excessivo dos EUA na política e na economia mundial. Sim, eles são uns pedantes, sim, eles são uns cínicos, sim eles acham-se os melhores do mundo e fazem muita merda. Mas terá sido o Obama a iniciar o processo??? Pois, bem me parecia que não.
Senhor Obama, eu já gostava de si e hoje passei a gostar ainda mais. Porque o senhor, sem saber muito bem porquê, amenizou a minha dor, tornou menos dolorosa a colocação da placa com a foto e com o nome do meu pai em cima do jazigo de família, fez-me pensar que há mais no mundo que a minha tristeza.
Obrigada, senhor Obama

Ano I depois de ti

Faz hoje um ano que o meu pai morreu. Não posso dizer que tenha sido sem aviso, ele estava doente há dois anos, vivia num grande calvário e, talvez por isso, tenha decidido desistir. O seu enorme coração já não suportava tanta dor e tanta tristeza. E assim, apesar da alegria de ver os netos, apesar da minha mãe, de mim e do meu irmão, ele decidiu que não queria viver mais.
E quem me conhece sabe que sou a última pessoa a criticar ou a condenar o meu pai. O que ele vivia, sendo viver, ja não era quase nada. Era coisa pouca para um homem tão grande e tão generoso.
Faz hoje precisamente um ano que soube o que era perder um bocadinho de mim. E, fechando os olhos, lembro-me de quase tudo o que aconteceu nesse dia.
Todos tínhamos consciência que o meu pai nos estava a escapar por entre os dedos; ele já tinha desisitido há alguns dias; lembro-me do telefonema para me ir despedir dele; recordo-me perfeitamente dos minutos que estivemos a sós... ele já inconscinete, sereno, tranquilo. O coração a bater cada vez mais devagar; sei exactamente o que lhe disse, os beijos que lhe dei, as saudades que comecei a sentir logo naquele instante... E depois saí, fui a casa escolher uma roupa, a mais bonita, tudo a condizer (o meu pai adorava que eu lhe escolhesse a roupa)... e depois o telefonema do meu irmão, a chegada ao hospital, o olhar para ele já sem vida, a tristeza da minha mãe, o desespero do meu irmão. E quando olhei para o meu irmão, roupa nos braços para vestir o meu pai com um coleg de trabalho, soube que não o podia deixar com um estranho a fazer a mais penosa das suas tarefas: aquele não era um morto, era o nosso pai. E ainda não sei como, contrariei todas as minhas crenças e entrei naquela sala para o vestir, num ritual muito ambíguo: triste, muito triste mas, simultaneamente, com algum orgulho por sermos nós, naquele momento, a tratar dele.
E depois foi tudo muito rápido. Um ano a voar, o primeiro aniversário do mano sem ele, o primeiro Natal, o meu primeiro aniversário, o dele, o do Henrique, o da mãe, o dia do pai....
E a cada dia que passa sinto mais saudades dele...

quarta-feira, outubro 07, 2009

problema de expressão

Hoje entrevistei a nossa primeira candidata a empregada. E gostei dela, a sério que gostei. Mas fiquei desarmada com a resposta do Henrique À pergunta "Então, gostaste da Tamara?"
- Sim, gostei, mas não podemos ficar com ela porque não percebi nada do que ela disse.
- Mas isso é porque ela é de outro país. Se ouvires com atenção percebes.
- Não mãe, eu não percebi nada do que ela disse. Depois não te admires se eu não arrumar o quarto. é que quando ela me mandar arrumar eu não vou percerber nada.

E esta?

terça-feira, outubro 06, 2009

siderada

Está uma mulher em casa, de avental, a ver as notícias enquanto o arroz de polvo está ao lume e os rapazes não chegam da natação, e depara-se com o novo look do meu treinador. Meu amigo, não havia necessidade... é caso para dizer que é pior a emenda que o soneto

segunda-feira, outubro 05, 2009

fim-de-semana sem marcação

Acabou agora, no momento em que me sentei no sofá a escrever este post e a ver um episódio do Dexter. Acabou agora o meu fim-de-semana de improviso. E foi muito simpático.
Saímos ontem de casa para um almoço em Arraiolos e acabámos no Modelo de Évora a comprar cuecas e uma muda de roupa para o miúdo. Bom almoço de domingo, dormida numa casa muito simpática e visita ao castelo, com direito a faz de conta que somos reis: Afonso Henriques e o seu leal Egas Moniz. Se foi perfeito? Não. Se nos chateámos? Claro que sim. Mas foi um belo fim-de-semana, sem marcação.

sábado, outubro 03, 2009

que bom que é um fim-de-semana a três

Este é o primeiro fim-de-semana a três em algumas semanas. E está a ser bom. Pais sentadinhos no sofá à espera dos convidados para jantar; filho no tapete a brincar com os seus super-heróis e uma bela musiquinha a tocar. Não houve grande descanso, é verdade, mas deu para a minha sessão de reflexologia (Tininha és a maior), deu para ir ao mercado comprar peixe fresco e verduras, deu para cortar o cabelo (eu e o rebento) e ainda deu para um lanche com a pequena Madalena e sua mamã.
Nada mau...