quinta-feira, janeiro 02, 2014

2013

Não é que eu goste muito de balanços, mas o ano que há pouco acabou foi muito importante para mim. Foi o ano em que nasceu a Alice e, apesar do muito que me custou física e emocionalmente levar esta gravidez até ao fim, ela foi a melhor coisa do meu ano.
2013 foi o ano da Alice, e isso é o mais importante. Mas seria injusto e ingénuo resumi-lo assim.
2013 foi o ano em que deixei a minha sócia pendurada 9 meses. Sozinha a levar uma empresa para a frente e bem sei o que lhe custou a ela porque também me doeu a mim  ( foi por um bem maior ).
2013 foi o ano em que voltei a fazer terapia ( coisa que não acontecia desde os meus 20 anos) com uma das pessoas mais incríveis que apareceu no meu caminho e que me ajudou a perceber todo o amor que tinha dentro de mim é que eu não conseguia ver.
2013 foi o ano em que pensei que me ia passar da cabeça com uma depressão pós parto do tamanho de um boi, e depois consegui dar a volta por cima (se bem que com muita ajuda).
2013 foi o ano em que o Henrique deixou o seu colégio de sempre  e bateu com os costados numa escola pública. Passei muitas noites sem dormir a pensar e repensar a nossa decisão. Mas hoje sei que foi a melhor para nós. A crise também passou por aqui (embora saiba e tenha consciência de que os seus efeitos são muito diferentes do que passam muitas famílias por este Portugal fora) e também nós tivemos de nos ajustar. Quero acreditar que um passo atrás hoje significa dois em frente num dia futuro. O Henrique está feliz e a adaptar-se, apesar de ter sofrido um bocado no inicio.
2013 foi também o ano em que percebi que o Henrique está a crescer com todas as implicações boas e mas que isso acarreta. Por vezes dói muito ver um filho crescer. Custa acreditar que aquele ser que nos diz coisas tão horríveis possa ser o menino doce de há um par de anos. Mas são apenas momentos... Duros, mas apenas momentos.
2013 foi o ano em que a família voltou a crescer com o nascimento do meu sobrinho Francisco, um amor de bebé que, temo, vai crescer muito longe de mim, o que me entristece...
2013 foi, acima de tudo, o ano em que me senti mais próxima dos meus amigos. A crise tem este outro efeito, que é o de aproximar as pessoas. Houve menos jantares em restaurantes, e menos férias, e menos gastos, mas houve mais encontros em casa de amigos, mais jantaradas caseiras, mais convívio fraterno, mais conversas fora de horas.
2013 foi o ano em que a nossa família ficou mais harmoniosa, em que o nosso amor se cimentou mais um bocadinho.
Foi o ano em que voltámos a escutar um bebé na nossa casa o que, durante alguns anos, me pareceu um sonho impossível de concretizar.
E se 2013 foi o ano do maior milagre da minha vida, acredito que 2014 vai ser muito melhor.


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