sábado, março 12, 2011

Algo vai mal no mundo

O Japão vive uma tragédia desmesurada, com um terramoto como não há memória, seguido de muitas réplicas e de um tsunami que engoliu vilas inteiras.
O governo português anunciou mais um PEC ao qual nnguém deu o devido tempo de antena porque a tragédia do Japão faz (e bem) com que tudo pareça pequeno e irrelevante.
Centenas de milhares de pessoas, à rasca ou solidárias com quem está, saíram à rua para protestar pelo estado a que chegámos, enquanto sociedade, enquanto país.
Eu não tenho muitas certezas, nem uma teoria fantástica a apresentar sobre a geração à rasca. Não acho que sejam todos uns coitadinhos, como também não partilho da ideia de muitos iluminados deste país - quase todos a viver bem, muito bem - de que somos todos uns calinas que não querem trabalhar e que querem tudo sem fazer nada.
A verdade é que não existe direito a um emprego e cada vez vai existir menos. Não podemos viver com a ilusão que, depois de muitos anos de estudo, o emprego maravilhoso, o dos nossos sonhos, estará à nossa espera. Isso, se alguma vez exisitiu, acabou.
Todos nós vamos ser chamados a fazer mais sacrifícios, muitos mais. A questão é saber para quê e para quem. Com um governo como este, que nos mente todos os dias; que nos pede que vivamos cada vez com menos mas que, mesmo assim, não nos garante o mínimo do que era suposto garantir-nos, não vamos a lado algum.
As centenas de milhar de pessoas que hoje estiveram na rua, quiseram dar um sinal de mudança. Espero que seja o início de uma sociedade mais atenta e participativa. Porque não basta embandeirar em arco e descer a avenida em dia de greve e de manifestação. É preciso participar, criticar, fazer acontecer. E isso começa, a meu ver, nas urnas, no dever fundamental de votar.
Algo vai mal no mundo. Mas eu tenho esperança que melhore.

1 comentário:

Mónica disse...

subscrevo na íntegra. Os que acordaram agora andaram muito tempo desligados. E que a mudança ocorra para que o teu filho, e os demais, tenham um país e oportunidades (que não é o mesmo que ter a vida garantida!).