segunda-feira, agosto 02, 2010

António Feio


Bastou-me uma semana longe do computador para que morressem mais duas pessoas que, cada uma à sua maneira, eu admirava, morrerem de cancro. No caso do António Feio senti um nó tão grande na garganta quando vi as primeiras notícias na televisão que só a muito custo evitei desatar a chorar à frente do meu filho.
O que mais admirei neste homem e na sua luta contra uma doença tão destruidora, foi a forma como ele tentou, a todo o custo, viver como até ali, até ao dia em que soube que tinha um cutelo a pender sobre a sua cabeça. Porque, meus amigos, viver com cancro é do caraças. Não é saber que se está doente, não é só saber que se pode morrer. É sobretudo, viver com a dor física e psicológica da doença, dos tratamentos, é sentirmo-nos mais invisíveis a cada dia que passa, é testarmos o limiar das nossas forças a cada dia e, mesmo assim, arranjarmos motivação para nos levantarmos da cama e continuarmos a levar a nossa vida da melhor forma possível.
E daqui vem a minha admiração, pela forma como ele ergueu a cabeça e, de certeza, serviu de exemplo para muitas pessoas que por aí andam, doentes, e sem forças.
Obrigada, António!

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