sexta-feira, dezembro 12, 2008

escarlatina

Mas que raio de nome para uma doença... mas que existe, existe. O Henrique que o diga.
Não imaginam como anseio por 2009...

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou a escrever este comentário e estou a pensar que estou a ser má, má porque vou tocar num assunto de um post anterior (que só agora li) e que diz respeito ao seu pai.
Sou enfermeira num serviço de Medicina, todos os dias trato doentes oncológicos, com demências, com AVC, idosos num estado avançado de degradação. Posso lhe dizer que não é fácil e que o mais difícil não é o esforço físico que faço para posicionar e prestar cuidados de higiene e conforto aos doentes que não se conseguem mobilizar e ser autonomos nas suas actividades de vida diárias, o que custa, e custa mesmo, é perceber, é ter a certeza, de que, a menos que venhamos a ter uma morte súbita, um dia nós e os que nos são mais queridos vamos estar naquela situação, que, sim é verdade, tem muito de degradante por mais que as pessoas que nos tratam tentem minorar isso (e é verdade que nem sempre tentam).
Escrevi o comentário porque li algures num post que durante o internamento do seu pai numa unidade de cuidados intensivos nunca ninguem o virou e limpou, só queria dizer que isso é impossível, que se assim fosse, se não houvesse enfermeiros a cuidar da higiene do seu pai( e que MAIS NÂO FAZEM DO QUE É A SUA OBRIGAÇÂO), vocês não conseguiriam estar junto dele, beijá-lo, afagá-lo, ou se conseguissem, e pensando bem até acho que conseguiam porque o amor tudo supera, teriam de fazer um grande esforço para esquecerem o odor que ele exalaria.
É duro mas é verdade.

IPQ disse...

Bom dia. Deixo-lhe aqui um pequeno comentário ao seu comentário.
Infelizmente, eu sei bem o que são os cuidados de enfermagem de que me fala. Tenho vários profissionais de saúde na minha família e eu própria já passei por um internamento complicado e longo.
O que eu digo e continuo a dizer, em relação ao meu pai, é que naquela Unidade de Cuidados Intensivos de uma clínica privada em Espanha, o meu pai foi vítima de negligência de cuidados de enfermagem. Em menos de uma semana ficou com escaras inacreditáveis, segundo a equipa de enfermagem que o acolheu em Portugal. O mau cheiro, nessa altura, já era muito, de tal modo que as enfermeiras pediam à minha mãe colónia para perfumarem o meu pai.
Eu sei que os enfermeiros e médicos não são todos iguais e eu própria tenho passado pelas mãos de pessoas extraordinárias. Mas ali faltou muita coisa, muita mesmo.
No dia em que o meu pai morreu, já estava ventilado, os rins já tinham falido e o coração quase não batia, o enfermeiro que estava de serviço na unidade de cuidados intensivos da Clínica de Santo António na Reboleira, fez-lhe a higiene como de costume, como se ele não estivesse quase morto, e virou-o, e hidratou-lhe a pele...
Porque o meu pai era um ser humano