Hoje deparei-me com um texto certeiro no blogue "Jornalismo de sarjeta", do Expresso, intitulado Morte e Impostos. A propósito do que nele se critica, a arrogância, injustiça e afins do nosso governo face a situações como a das juntas médicas dos dois professores com cancro, vejo-me forçada a escrever sobre uma outra medida deste governo que, apesar de criticada por todos, continua a ser aplicada. Falo das taxas moderadoras na saúde agora alargadas aos internamentos e cirurgias ambulatórias. Como muito bem dizia um dos membros da comissão que elaborou um estudo sobre esta questão, as taxas moderadoras, como o nome indica, foram criadas para moderar o acesso dos cidadão a serviços de saúde. Percebe-se, por exemplo, o seu uso nas urgências hospitalares. Para que as pessoas não inundem estes serviços com gripes, ou dores nas cruzes (se bem que, mesmo aqui, e dado o estado caótico em que funciona grande parte dos centros de saúde, por vezes recorrer a uma urgência com uma gripe é mesmo o fim da linha, a única forma de garantir que se é observado por um médico).
Mas digamos que aceito o princípo teórico segundo o qual as pessoas devem ser minimamente penalizadas por recorrerem às urgências de hospitais centrai com gripes. Agora o que não posso aceitar, como cidadã que paga os seus impostos e como doente crónica, é que me seja taxada uma diária por ser internada num hospital estatal. Então agora passo a ser penalizada por estar doente? Quando se aplica uma taxa deste tipo que acesso está a ser moderado??? Comos e as pessoas decidissem se querem/devem ou não ser internadas. "Ora bem, senhor doutor, eu até podia ir para casa, mas como estou zangada com o meu marido acho melhor ser internada dois ou três dias para descansar"....
Salvem-me deste país