quarta-feira, outubro 25, 2006

Ser crescida é complicado

Somos todas mulheres emancipadas, com o seu trabalho, casa, no meu caso, marido e filho. Lidamos com prolmeas diários de incompetência, estamos sempre a dizer "mas como é possível trabalhar com esse anormal?, porque não o despedem?", e coisas do género. Mas depois, na hora da verdade, quando depende de nós despedir alguém começamos a ficar com aquele frio na barriga e a desejar não ter de tomar essa decisão.
Passo a explicar: depois de muito penar decici contratar uma empresa para me angariar uma empregada. Explicados os requisitos à tal agência, mandaram-me uma empregada, a Marina. Pois bem, no primeiro dia a Marina deu a volta à casa, cheia de brios. Pensei que a coisa ia correr bem.
Mas, passada a euforia inicial, (ou, na gíria masculina, o tesão do mijo) a verdade é que a Marina deixa muito a desejar, especialmente tendo em conta que me foi apresentada como uma profissional. Demora 25 minutos para passar uma camisa, neste mês e meio de trabalho fez o jantar duas vezes (deveria fazer sempre), deixa coisas fora do sítio e não consegue pensar sozinha. Todos os dias tenho de lhe deixar um bilhete com todas as tarefas muito explicadinhas...
E agora sinto-me culpada porque lhe vou ter de dizer que não posso continuar com ela lá em casa. Acham isto normal? Logo eu que ando sempre a reivindicar.

1 comentário:

Anónimo disse...

os dias maus toda a gente tem, mas como cada um tem uma vida diferente, os motivos que fazem dos dias dias maus acabam por ser diferentes. A situação com uma empregada é estranha para mim, quase kafkiana, porque é mundo que não conheço de todo, mas imagino que não deve ser nada agradável estar a pagar a uma pessoa para estar umas horas a produzir um trabalho e ela não produzir absolutamente nada. O problema em Portugal é que essa é uma doença que atinge todas as camadas sociais e todos os tipos de emprego, a maior parte do pessoal quer empregos para não fazer nenhum, por isso é que somos um dos países que trabalha mais horas e produz menos... e depois lamentamo-nos. O lado positivo da coisa (há sempre um lado positivo, temos é de ter imaginação) é que pelo menos esta não tem dupla personalidade. Nos tempos que correm, significa que já houve uma progressão...
Olha, hoje está sol. Espero que também esteja sol para ti.
Um beijinho muito grande com saudades. E prepara-te que, a somar a tudo isso, ainda vais ter um gajo famoso em casa, que o livro promete dar que falar (isto porque o outro ainda vai demorar mais algum tempo... mas também promete ter personalidade forte) e por trás de um grande gajo está sempre uma grande gaja... ou outro grande gajo.
C.G.