quarta-feira, maio 15, 2013

Ser benfiquista

Eu adoro futebol.
Gosto mesmo. Não tem de ser o meu Benfica. Eu gosto do espectáculo, dos passes, das fintas, dos golos... mas se for o Benfica tanto melhor.
Desde que me conheço que é assim. Ia com o meu pai à bola e nunca me cansava. Ele ia em trabalho e eu ficava sempre sozinha a ver os jogos e no fim tinha de esperar por ele para ir para casa. E o meu pai só podia sair depois da equipa de arbitragem e tinha de chegar sempre umas duas a três horas antes de o jogo começar. Mas eu gostava tanto de ver o Benfica jogar que nada daquilo me parecia um sacrifício.
Cresci no meio de homens que gostavam de futebol mas que nunca se chateavam por causa disso. O meu pai, que era benfiquista, não se deixava enganar. Sempre que a sua equipa jogava mal arranjava coisa melhor para fazer do que ficar à frente da televisão. O meu irmão, um portista ferrenho, sempre me ensinou que há coisas mais importantes do que o futebol. Já nos chateámos muitas vezes, creio que nunca por causa do futebol.
Isto para dizer que o meu benfiquismo me está cravado na pele, faz parte do meu ADN, mas não me cega, não me impede de distinguir as coisas. Sei ver quando o Benfica joga mal, sei ver quando é favorecido numa decisão do árbitro. Se quero que ganhe sempre? Claro que quero! Mas isso não faz com que eu deixe de ver as coisas como elas são.
Ao contrário da maioria dos benfiquistas, eu não gosto do Jesus, nunca gostei.
Nem do Cardozo... Lamento. Mas isso não me faz menos benfiquista nem menos solidária com o que aconteceu.
Este fim-de-semana fiquei triste, muito triste com o resultado do jogo. E senti pena de Jorge Jesus. Aquele cair de joelhos, aquele desalento, bateu-me fundo; eu própria me senti assim, triste, derrotada, desalentada, vencida em cima da meta.
E acredito que isto da gravidez tenha alguma influência na dimensão dos meus sentimentos. Estas hormonais deixam-me doida, é verdade. Mas o que senti foi mais do que resultado de um desequilíbrio hormonal: foi tristeza, foi sentir que ser o melhor não chega, que ser a equipa que pratica o melhor futebol não é sinónimo de ganhar o campeonato. E é evidente que o pib não vai subir por causa do futebol, nem o Governo vai passar a ser competente, mas a verdade é que esta derrota teve grande impacto na minha força anímica, na minha vontade de ver o lado bom das coisas...
Não vou aqui dizer se acho que acho que a estratégia do treinador foi ou não a correcta, ou se as substituições foram as mais indicadas. Nada disso importa agora. O importante é lamber as feridas e seguir em frente. Eu, que até nem gosto do Jesus hoje estou com ele, solidária. E não vou menosprezar o que conseguimos, que é coisa que me irrita e que oiço agora de muitos benfiquistas. Caraças, estamos na final da Liga Europa! Vamos à final da Taça de Portugal! É claro que me irrita morrer na praia, ver o campeonato escapar por entre os dedos mesmo no fim, mesmo quando já se sentia o cheiro da vitória. Mas isso não pode apagar a nossa época, e o Benfica esteve bem, jogou bem, praticou o melhor futebol do nosso campeonato.
Por isso hoje vou estar a torcer pela minha equipa e domingo lá estarei, na Luz, a bater palmas aos meus jogadores... FORÇA BENFICA!!!

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Eu não sou do Benfica, mas também não sou anti-Benfica. Hoje vou torcer para que o Benfica vença.

Boa sorte.