os cortes cegos no Serviço Nacional de Saúde. Eu até como o argumento hipócrita de que quem ganha mais pague mais taxas moderadoras (e digo hipócrita porque os que mais ganham também são os que mais descontam todos os meses). Mas quando oiço ministro da saúde dizer que é preciso reduzir os incentivos aos transplantes porque esses incentivos incrementam o número de transplantes fico com vontade de lhe desejar que uma ou várias pessoas da sua família sejam obrigadas a fazer diálise ou entrem em lista para um transplante de fígado ou de pulmão para ele ver o que é bom para a tosse. O homem falava e eu tinha vontade de lhe bater. Como é possível que alguém pense que os médicos fazem mais ou menos transplantes porque gostam de esbanjar o herário público? "O que é que hei-de fazer para chatear o ministro Paulo Macedo? Há, já sei, vou ali fazer um transplante renal que, só por acaso, fica mais barato do que manter um doente em diálise."
3 comentários:
Também ouvi esta "pérola" e fiquei igualmente irritada e com vontade de lhe apertar o pescoço.
P.S.: A não ser que o ministro se tivesse a referir aos ricos, que cansados das plásticas, queiram mudar de órgãos, sei lá, para uns mais novos.
Os cortes na saúde são uma verdadeira vergonha. Na saúde não se pode poupar, pode-se tentar não esbanjar, mas, definitivamente, não se pode andar a poupar. A estratégia tem sido deixar os doentes morrer, porque são eles que implicam maior despesa... Isto é uma tremenda falta de consideração pelas pessoas que precisam do SNS!
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