Quando eu era miúda achava-me invencível, insuperável, imortal, até certo ponto. A morte não entrava no meu vocabulário. A não ser um avô ou avó velhinhos.... ou um parente distante.
Depois fui crescendo e as mortes foram acontecendo...
Com o nascimento do meu filho, as coisas mudaram, a morte passou a assustar-me. A ideia de que lhe poderia faltar começou a assustar-me e a tirar-me o ar. Depois, bem depois veio a minha doença e a coisa complicou-se ainda mais.
Depois morreu o meu pai e comecei a perceber que estava a começar uma nova etapa, aquela em que começamos a ir a velórios com alguma frequência; aquela em que os pais dos nossos amigos começam a morrer.
Ontem morreu a mãe de uma grande amigo meu, daqueles de coração, aqueles que escolhemos já em adultos, que não são nossos amigos porque crescemos com eles mas porque nos identificamos com eles, partilhamos ideias, vivências, momentos.
Hoje vou ter de partilhar um momento doloroso com este meu amigo, este meu querido amigo que assim, do nada, perdeu a sua referência.
E percebo que este é só o início de uma nova era.
1 comentário:
como te entendo... eu confesso que vivo agora num pânico constante de perder os meus pais. Imagino que não vou conseguir lidar com essa dor. Até hoje não consegui superar a falta da mina avó...nem posso imaginar o que tenhas sofrido.
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