sábado, setembro 18, 2010

Balanço da primeira semana de aulas

Começou bem, o Henrique ia cheio de vontade de rever amigos, de conhecer a professora, de jogar à bola no recreio. Na terça-feira começaram as dificuldades: as letras manuscritas.
Na quarta veio o desabafo: "mãe, o meu nome é tão difícil de escrever... e tão grande!", lamentou-se omeu petiz. e tive pena dele porque, realmente, o H manuscrito é um grande pincel. Que raio, pensei eu. Mas como é que nunca me ocorreu que o nome dele seria difícil de escrever?
Hoje, sexta-feira, - dia em que o Miguel vinha jantar e dormir cá em casa, para brincar com o amigo e esquecer (por um bocadinho) que tem um mano recém-nascido lá em casa - é que a coisa ficou preta. Ele trazia trabalhos de casa. Eu sentei-me ao seu lado para o acompanhar. Era uma ficha com desenhos para pintar... mas tinha também de escrever o nome, com letra manuscrita... e eu, confesso que não fui boa a tratar a situação. Apaguei várias vezes as letras que estavam mal, ensinando como é que se faziam e tentanto explicar-lhe alguns truques. Foi difícil, ele estava tristonho, mas conseguiu, e ficou mesmo muito bem escrito.
Mas quando lhe disse que ele também deveria escrever um dos seus apelidos caiu o Carmo e a Trindade, fartou-se de chorar, fez uma grande birra, disse que a escola era uma seca, que nunca mais queria voltar... tive tanta pena dele
Porque eu, caraças, sou muito dura com estas coisas da escola. Sempre fui. Mesmo quando dava explicações. Posso ensinar a fazer, mas recuso-me a aceitar desistências ou coisas menos bem feitas. Esqueci-me é que estava a lidar com uma criança de 6 anos, que nunca tinha feito uma letra manuscrita na sua vida, e que tem um forma muito peculiar de pegar no lápis.
Tenh0 de pensar muito bem qual será a malhor abordagem de futuro. Mas fiquei destroçada a olhar para ele.

3 comentários:

ana disse...

No ano passado, quando tive um 1º ano, a maior parte dos meus alunos tinha dificuldade em escrever o nome em letra manuscrita. É normal. Muitos ficam frustrados, outros não desistem, outros choram e não querem fazer mais.
Para facilitar costumo eu mesma escrever o nome e peço para eles escreverem por cima com o lápis. Assim vão treinando e quando chegar a hora de o escreverem sozinhos, torna-se mais fácil.
Também podes escrever o nome em algo que tenha textura, como uma folha de lixa, e ele passa o dedo por cima. É outra forma de se aperceber das voltinhas que as letras dão no nome. Se tiveres um quadro de ardósia, escreve o nome dele e ele passa o dedo por cima do giz. Normalmente eles adoram fazer isso e é uma motivação adicional para tentarem escrever melhor no papel.
:)

Helena Barreta disse...

Parabéns para o Henrique.

Ser-se exigente e não embarcar no facilitismo pode ser duro para os pais e para os filhos, mas, quanto a mim, é sempre o caminho certo. e mais tarde essa exigência dará frutos.

IPQ disse...

Sofia, muito obrigada.