segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Acto de fé

A expressão não é minha, foi de Clara Ferreira Alves, no seu comentário à entrevista de José Sócrates esta noite a Miguel Sousa Tavares. E é, a meu ver, a expressão ideal. O que o PM de Portugal nos pede, face à divulgação de toda a lama que envolve as escultas aos seus amigos pessoais, é um acto de fé. Quando tudo aponta numa direcção, na de que ele sabia do negócio da PT, ele escuda-se dizendo que nada sabia. Que ele, cidadão José Sócrates, não sabia de nada, que devemos acreditar na sua palavra.
O que é que ele quer dizer? Que devemos fingir que estas escutas não existiram porque violam o segredo de justiça? Que elas foram adulteradas? Ou quererá simplesmente dizer que ele está muito mal rodeado? que os seus amigos são pessoas de índole duvidosa e que ele é, no mínimo, bastante ingénuo.
Que me perdoe o PM mas a minha fé nele anda pelas ruas da amargura. Está ainda pior do que a minha fé em Deus, e olhem que essa já anda mal.
Uma nota final para felicitar Miguel Sousa Tavares: não se tratou de um combate, tão somente de uma entrevista, mas gostei de ver alguém a fazer perguntas difíceis.

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