Nos últimos anos tenho-me afastado da dança. Por circunstâncias várias. Não interessa agora quais. A constatação é esta: tenho-me afastado dela. Não significa isto que a dança tenha deixado de ter importância para mim. Ela continua a preencher um lugar único no meu ser. Preenche-me como nenhuma outra forma artística. e daí talvez venha a minha exigência em relação a ela. Não que eu ache que, de cada vez que vejo um espectáculo, ele tenha de ser revolucionário ou trazer algo absolutamente novo. As fórmulas, muitas delas, já foram inventadas, exploradas, reapresentadas...
Mas não consigo deixar de ficar decepcionada quando um espectáculo me parece preguiçoso, presunçoso, óbvio. Principalmente quando se trata de alguém como a Pina Bausch.
Na sexta-feira fui ver o espectáculo "for the children...". Percebi o conceito, achei graça a um ou dois quadros; é indiscutível a qualidade dos bailarinos.... mas, no geral, fiquei maçada, zangada mesmo, com o que vi. Muito lugar comum, uma peça muito grande, demasiado grande, colagens musicais por vezes despropositadas.... saí do Teatro Camões sem qualquer tipo de preenchimento, sem sentir o gesto, sem ver a coerência.
Da próxima vez que tiver contade de comprar um bilhete para ver a Pina Bausch, espero dar com a cabeça na parede, à espera que me passe a vontade
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