segunda-feira, novembro 20, 2006

Desabafos de uma mãe temporariamente solteira, ou porque é que não sou amiga do Super-Homem do de outro herói qualquer que saiba voar?

Ele há dias difíceis.
Isto de estar sozinha em casa com o filho durante uma semana rapidamente se pode transformar num pesadelo...
Na passada sexta-feira, e depois de uma semana e meia de antibiótico que ainda não tinha acabado, tive de voltar à pediatra com o meu filho. Só para terem uma ideia, foi a terceira vez no espaço de um mês. Já para não falar da chatice de ter o miúdo sempre atafulhado de medicamentos, a coisa já se cifrava pelos 225 euros (3x75).
Ir para uma urgência com o nosso filho de dois anos às 9 da noite, já não é fácil. Se estiver a chover, ainda pior. Se o consultório não tiver estacionamento... pior ainda.
Mas a coisa até podia não ser muito má. Só esperámos 1 hora (o tempo médio de espera pode ascender às 3) e a médica, consciente de que os pais não são ricos, nem cobrou a consulta. Obrigadainha Dra Odília.
Fazendo as contas ao tempo, eram 10 da noite e eu tinha uma criança quase a dormir nos braços e uma receita médica para aviar. Resolvi confiar no serviço 1820 (o antigo 118) que se gaba constantemente de ter informações sobre farmácias de serviço e restaurantes. Liguei "Podia-me dizer, por favor, se há alguma farmácia de serviço na área da Estefânia, Saldanha ou Praça do Chile?". Depois de 5 minutos de espera (cinco minutos numa chamada de serviço acrescido não é brincadeira), o rapazito lá me diz que não, que a mais perto é na rua Alexandre Herculano (quase no Rato) ou na Praça de Londres. Praça de Londres aqui vou eu.
A dita farmácia fica quase numa esquina. Estacionar é quase impossível e eu tinha um miúdo de 2 anos e 14kg para transportar... não foi fácil e ainda ouvi uns anormais a buzinar.
Chegados ao interior da farmácia não houve quem se compadecesse com a minha triste figura de mãe a desfalecer com um puto ao colo. Espera pela tua vez e é se queres, devem ter pensado. e eu esperei. E enquanto esperava vi uma placard electrónico no interior da farmácia onde estavam mencionadas as farmácias de serviço. E eis o meu espanto quando vejo que a farmácia do largo da Estefânia estava de serviço... ai que vontade eu tive de partir a boca ao tipo do 1820. Só mais uma coisinha. De que me serve aquele tipo de informação quando eu já estou DENTRO de uma farmácia de SERVIÇO????
Chegada ao carro, parti em direcção a casa, a rezar para que não chovesse e para ter um lugarzinho à porta de casa. São Pedro atendeu-me. O mesmo não posso dizer do Deus do Estacionamento. Fiquei a mais de 100 metros de casa. Tive de carregar o Henrique que, entretanto adormecera, e não foi só até à porta do prédio. Lá dentro, aguardavam-me três fantásticos andares de escadas para galgar...
Isto de não ter gajo em casa não é fácil.

3 comentários:

mena disse...

temos, portanto, uma supermamã :)

Luís Miguel Afonso disse...

Guarda este post num papelinho bonito e enfia-o num daqueles livros que o Henrique vai guardar até à idade adulta... Ele vai ter de ler isto quando tiver para lá de 25 anos, a única altura da vida em que nós começamos a descobrir que, afinal, as nossas mães são pessoas na verdadeira magia da palavra. Quando às orações, uma Avé Maria nunca me deixou sem estacionamento... Tens de começar a escolher bem as palavras ;) Beijo

IPQ disse...

sábais palavras, meu amigo.
Obrigada
Tenho saudades de te ver