quarta-feira, janeiro 04, 2006

A inevitabilidade da morte

Hoje fui a um funeral.
Não se pode dizer que a pessoa em causa fosse um amigo. Foi apenas o meu primeiro director, o meu primeiro chefe enquanto jornalista. Já lá vão alguns anos. E foi-o durante pouco tempo, pouco mais de seis meses. No entanto, a sua morte marcou-me profundamente. Talvez porque sempre foi uma pessoa que me tratou com bastante dignidade. Perto dele nunca me senti menor pelo facto de ser uma estagiária. Talvez porque ele tenha morrido com cancro, essa doença que tem convivido comigo tão de perto. Hoje, enquanto estava naquela capela a assistir à missa, senti-me a tremer, como se o chão me estivesse a fugir debaixo dos pés. E dei comigo a pensar que daqui a pouco tempo poderia ser eu a estar no lugar dele. Bem sei que este tipo de pensamentos não ajudam nada, mas foi inevitável. Por mais que eu tente afastá-la de mim, a morte ronda-me, de forma mais ou menos intensa.

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