Tento viver com alguma normalidade. Digo alto e pausadamente NOR MA LI DA DE.
Levanto-me pela manhã, bem cedo. Trato de mim, trato do filho, tomo o pequeno-almoço. Vou para o trabalho. Procuro nas caras dos desconhecidos algumas pistas das suas vidas. Procuro na luz do Tejo algum contentamento. Sento-me aqui, todos os dias, até ao bater das 18h.
E faço o caminho de regresso: comboio, metro, casa, brincadeiras , banho, caderneta do Bob o Construtor, jantar, uma história, um pouco de televisão e a cama. Onde procuro o sono. Uns dias a procura é mais demorada que em outros.
Tento viver com alguma normalidade.
Mas já nem sei bem o que isso é. Voltei a dormir de telemóvel ligado. Voltei a ter sobressaltos a meio da noite. Voltei a pensar se tenho ou não coragem de te ir visitar, de te olhar nos olhos e dizer que vai ficar tudo bem, mesmo sabendo que te estou a mentir.
Afinal, o que é a normalidade? O que é que para mim seria normal numa altura destas? O que eu quero e o que acho melhor nem sempre são pensamentos coincidentes.
O que queria viver e o que vivo também nem sempre coincidem. Ultimamente então...
2 comentários:
Por muito que te custe, não deixes de o visitar. Sei que é em ti que ele encontra a força e a vontade de viver.
Sinto o teu sofrimento, e também um dia gostava de poder dar-te um abraço, conseguir dizer algo que te desse força para enfrentares a "normalidade" dos teus dias.
" Voltei a pensar se tenho ou não coragem de te ir visitar, de te olhar nos olhos "
como te percebo...........
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